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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

[Novo post] Ceticismo político nível “hard”: quando um esquerdista diz usar “fatos decisivos” para defender impunidade a criminosos violentos




lucianohenrique publicou: " Se tem algo que deixa esquerdistas excitados é ver criminosos violentos livres da prisão. Com um tal de Adriano Facioli (que usa o nickname Frank Jaava), já comentado neste blog, a coisa não podia ser diferente. Veja abaixo um vídeo onde ele apresenta" 



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Nova publicação em Ceticismo Político 











Se tem algo que deixa esquerdistas excitados é ver criminosos violentos livres da prisão. Com um tal de Adriano Facioli (que usa o nickname Frank Jaava), já comentado neste blog, a coisa não podia ser diferente. Veja abaixo um vídeo onde ele apresenta dois "dados decisivos" para definir que punir criminosos violentos não é uma boa ideia. Na sequência, farei a refutação aos embustes:


Ah, isso vai ser engraçado. Ah se vai...

Vamos ao primeiro "dado decisivo" dele. Segundo Facioli, a taxa de reincidência de criminosos do sistema prisional comum é de 70%, enquanto a taxa de reincidência de criminosos que cumprem penas alternativas é de 12%. Logo, para ele, é mais lógico optar por penas alternativas ao invés de prisão.

Quem chega a uma conclusão dessas com esses dados com certeza nunca viu um sistema de gestão de incidentes de TI em sua vida. Fico imaginando a cena: Facioli é contratado para gerenciar um help desk de TI, e descobre que os incidentes são catalogados em cinco tipos: P1, P2, P3, P4 e P5, sendo P1 incidentes de alta gravidade e P5 incidentes de baixa gravidade. Assim um incidente P1 é capaz de parar uma organização, já um incidente P5 não passa de uma mensagem errada, por exemplo, em um site de comércio entre empresas, que não afeta nenhuma transação. 90% dos incidentes do tipo P5 são resolvidos e encerrados, não resultando em nenhum registro de problema. Por outro lado quase todos os incidentes do tipo P1 são convertidos em registro de problema, pois quase sempre resultam em consequências adversas para o negócio. Eis que o gerente de serviços de TI Facioli propõe uma ideia mirabolante: para reduzir os impactos para o negócio, basta eliminar todos os registros de incidentes de tipos mais graves e registrá-los como tipo P5, ou seja, de baixa gravidade. Com certeza, seria a decisão mais estúpida da história da gestão de TI...

E é exatamente esse o tipo de lógica que o infeliz usa. Ao invés de querer saber os motivos para existirem penas alternativas (que seriam os incidentes de tipo P5), ele finge ignorar a realidade para dizer que penas alternativas tem sido aplicadas a criminosos violentos, resultando na redução da criminalidade, o que é flagrantemente falso. Assim como não adianta registrar um incidente tipo P1 como P5 (o que não vai mudar a gravidade do incidente), não adianta "registrar" um criminoso que merece reclusão como um que merece pena alternativa. Por exemplo: lembremos do caso do sujeito que perdeu o emprego após ter ajudado a depredar a prefeitura do Rio nas manifestações deJunho. Esse com certeza é um candidato a penas alternativas, e dificilmente vai reincidir no crime. Entretanto, se ele fosse um estuprador em série, dificilmente seria candidato a essas penas alternativas. Em suma: não adianta deixar criminosos violentos profissionais impunes com o objetivo de fazê-los desistir da prática de crimes violentos.

Como se nota, o tal primeiro "dado decisivo" de Facioli não significa nada em favor de que devemos usar penas alternativas para criminosos violentos para reduzir o risco da população ser vitimada pelos crimes destes indivíduos.

O segundo "dado decisivo" é ainda mais constrangedoramente fraudulento, e que também pode ser demolido com um exemplo nos mesmos moldes daquele usado na gestão de serviços de TI - esse tipo de exemplo é ótimo, pois vemos as estatísticas funcionando no mundo real, ao invés da mania de alguns pseudo-intelectuais de "mentir com estatísticas".

Há um conceito interessante, utilizado para a área de qualidade de software, que é a taxa de "bugs escapados". Aliás, após a primeira medida de contingência, a resiliência aos bugs se mantém, e, portanto, não adianta executar os mesmos testes.

Imaginemos, então que tenhamos amostras sob testes, de acordo com o paradigma de Facioli e o meu. No dele, penas são limitadas a 3 meses (com medidas socio-educativas). No meu, crimes violentos são punidos com, em média, 10 anos de prisão. Ele promete uma taxa de "bugs escapados" de 30%, enquanto ele diz que em minha proposta tenho 60%. Ele quer usar as duas taxas, isoladas, para dizer que tem um "dado decisivo" a favor da proposta dele. Vamos testar?

No mundo das penas alternativas e leves de Faccioli, imaginemos que 100 estupradores recebam pena de 3 meses cada 1. Em seguida, vão para as ruas, e, com a taxa de 30% de "bugs escapados", imaginemos que 30 deles irão reincidir no estupro. Como esses reincidentes são especialistas no que fazem, imaginemos que eles sejam presos 3 meses, em média, após o segundo estupro pelo qual cada um deles é condenado. Como eles já assistiram a medida sócio-educativa, depreende-se que ela não funcione mais. Assim, esta é a escalada da violência na proposta de Facioli: 
  • janeiro de 2014: amostra de 100 estupradores presos, com 18 anos cada 1 
  • abril de 2014: 100 estupradores libertos, após medida sócio-educativa 
  • setembro de 2014: 30 estupradores presos, da leva de janeiro de 2014 

A partir daí, para cada período de 6 meses (estou supondo, em média, 3 meses para reincidência, e esse número pode ser discutido), teríamos 30 estupros. Com 60 estupros a cada ano, poderíamos chegar a um índice de 2400 estupros (2500, com os 100 estupros das condenações iniciais), para estes 100 estupradores.

Agora veja a proposta onde sugere-se a aplicação de penas de no mínimo 10 anos para crimes violentos: 
  • janeiro de 2014: amostra de 100 estupradores presos, com 18 anos cada 1 
  • janeiro de 2024: 100 estupradores libertos, após encarceramento 
  • abril de 2024: 60 estupradores presos, da leva de janeiro de 2014 

A partir daí, para cada período de 10 anos (e ainda supondo, em média, 3 meses para reincidência), teríamos 60 estupros. Com 60 estupros a cada 10 anos, poderíamos chegar a um índice de 180 estupros (280 estupros, com os 100 estupros das condenações iniciais), para estes mesmos 100 estupradores.

Veja. Isto não é uma comparação entre duas porcentagens, mas sim entre duas porcentagens relacionadas a consequências diferentes por causa da probabilidade de ocorrência dos impactos. Estes dois últimos dados foram omitidos da argumentação de Facioli. Quando investigamos os dados cientificamente, nunca podemos aceitar números soltos como ele tentou fazer.

Alguém pode contestar o número de 2500 estupros totais na hipótese de Facioli, onde, após a primeira condenação, 30% reincidem no crime, e só trabalhamos com penas alternativas de no máximo 3 meses. O número poderia ser, ao invés de 2500, uns 1000, 880 ou até um pouco menos, de acordo com variáveis, como o tempo em que a reincidência vai ocorrer. Por exemplo, imaginemos que em média as reincidências ocorram a cada 6 meses. Ou um ano?

Não importa, mas é praticamente impossível que ele consiga causar tanto dano quanto nas propostas onde pedimos que criminosos violentos fiquem trancafiados o maior tempo possível, com vistas a proteger seres humanos decentes.

Na proposta de Facioli, ele está deliberadamente condenando 30 mulheres a serem estupradas (lembremos dos 30% de reincidência, da proposta dele), poucos meses após uma leva de 100 estupradores terem sido condenados em uma data base de avaliação (janeiro de 2014, no meu exemplo). Na minha, estou postergando a libertação desses bandidos, mesmo sabendo da taxa de 60% de reincidência, para o máximo de tempo possível, no mínimo 10 anos após eles terem cometidos os crimes.

Vamos revisar a proposta de Facioli: "Eu proponho a alternativa A, onde tenho 30% de chances do risco ocorrer, mas os pontos desse risco ocorrer existem, no mínimo, a cada 6 meses nos próximos quarenta anos. Luciano propõe a alternativa B, onde há 60% do risco ocorrer, mas os pontos desse risco ocorrer existem a cada 10 anos, apenas. Logo, a alternativa A é a melhor". É claro que qualquer pessoa em sã consciência que assistir a essa apresentação irá "plotar" os números em um Excel e dizer "Facioli, sua apresentação está terminada". Ele que agradeça de não ser ridicularizado em público.

Recapitulando as duas propostas de Facioli. Na primeira, ele diz que devemos tratar criminosos violentos da mesma maneira que tratamos criminosos "light", com penas alternativas, pois neste último caso temos 12% de reincidência. O problema é que ele omitiu o fato de que os que recebem penas alternativas quase nunca são criminosos profissionais de fato. Na segunda, ele diz que se tivermos uma consequência social grave (a reincidência de um criminoso violento), que se repete de 6 em 6 meses, com taxa de risco de 30%, esse cenário é melhor do que termos a mesma consequência social grave, se repetindo de 10 em 10 anos, com taxa de risco de 60%.

Sei que esse texto foi um pouco mais complexo do que o habitual, e mostra algumas análises que auditores normalmente fazem para pegar fraudadores, mas é evidente que Facioli tenta enganar o leitor com duas informações falsas. Eis as duas conclusões: 
Em relação à primeira proposta, não há uma nesga de evidência de que aplicar penas alternativas para criminosos violentos vai reduzir a taxa de reincidência para o mesmo nível do que temos hoje para os crimes leves que recebem penas alternativas 
Já em relação à segunda proposta, onde temos uma taxa de reincidência de 30% (após 3 meses de reclusão), comparado a uma taxa de reincidência de 60% (após 10 anos de reclusão), é evidentemente melhor mantermos o criminoso encarcerado por mais tempo. 

Sei que Facioli vai ficar chateado. Sei que ele caprichou na fraude, usando algumas encenações tentando parecer "racional" (o sujeito tomando decisão em cima de "dados decisivos"), mas um auditor que gosta de testar alegações sobre o mundo usando um Excel não ia deixar passar o truque.

Como consolo, ele ao menos pode contar aos amiguinhos que aprendeu uma lição online. Sorte dele que não foi pego apresentando um Power Point com essas propostas em uma organização, pois ser humilhado publicamente com o uso de estatísticas enganadoras em apresentações corporativas é algo realmente dolorido. E tudo em prol de ver criminosos soltos mais cedo para que eles possam executar seu instinto assassino contra cidadãos indefesos?

Antes que digam que isso é "mobbing" ou "bullying", desculpe: enroladores, picaretas e desonestos precisam ser expostos. Quem sabe assim não aprendam uma coisa ou duas.















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-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905