Banner

SMA

Nossa Senhora



Rio de Janeiro


segunda-feira, 17 de março de 2014

Fuga Do Campo 14 | Ricardo Setti - VEJA.com












VEJA

/ Blogs e Colunistas





Fuga do Campo 14


05/05/2012 às 19:03 \ Livros & Filmes


SOFRIMENTO E CULPA -- Um dos desenhos de Shin sobre a vida no campo de concentração: passados seis anos, a vergonha de tudo o que fez para sobreviver persiste de forma debilitante

Fuga do Campo 14

A NÃO VIDA



A história do norte-coreano que aos 23 anos conseguiu fugir do tenebroso campo de concentração onde nascera



"Fuga do Campo 14"

Shin Dong-hyuk tinha 23 anos quando transpôs pela primeira vez os limites do Campo 14. Nascera lá, no “campo de categoria controle total”. Comera, em quase todas as refeições da vida – as que não lhe foram suprimidas -, mingau ralo de milho e sopa de repolho.

A única carne que conhecia era a de rato: tornou-se exímio caçador dos roedores que infestavam o local, onde nem latrinas havia. Como as outras crianças, às vezes procurava grãos de milho dentro das fezes de animais. Vestiu sempre trapos.

Obedecia em tudo aos guardas. Delatou não apenas colegas de escola e, mais tarde, de trabalho, pelas mais insignificantes transgressões, como também denunciou, aos 13 anos, a mãe e o irmão mais velho, que entreouviu planejando uma fuga.

Ele próprio foi torturado – pendurado sobre uma fogueira e queimado – e ficou meses numa cela subterrânea. A mãe e o irmão foram executados. Shin teve de assistir da primeira fila. Nunca ocorreu a ele que esse não era o curso normal de uma vida.

Dentro do Campo 14, ignorava haver China, Estados Unidos e até Pyongyang, a capital norte-coreana, de onde um dos regimes mais brutais de que se tem notícia na história ordena o encarceramento de centenas de milhares de prisioneiros nesses campos de concentração pavorosos cuja existência nega.

Aos 23 anos, Shin passou quatro semanas trabalhando junto com Park, um prisioneiro mais velho e instruído, que viera “de fora”. Aí, tudo mudou: ele começou a desejar desesperadamente sair dali. Não para alcançar a liberdade, mas para provar carne de porco.

Numa aventura cujos detalhes nem a ficção mais melodramática seria capaz de conceber, conseguiu. É o único indivíduo de que se tem notícia a tê-lo feito. (Outros escaparam, mas de campos menos controlados, e mediante suborno.)

É essa a vida inacreditável que o jornalista americano Blaine Harden narra em Fuga do Campo 14 (tradução de Maria Luiza X. de A. Borges; Intrínseca; 232 páginas; 24,90 reais, ou 14,90 em e-book).

Shin Dong-hyuk

Que Shin tenha se maravilhado com o que julgou ser a fartura e a liberdade da província chinesa na qual primeiro se refugiou após cruzar a fronteira (na verdade, uma das mais pobres do país), dá uma pequena ideia das privações que suportou no campo.

Harden, que foi correspondente do jornal The Washington Post, coloca sempre em contexto essa penúria e essa opressão bárbara: em maior ou menor medida, todos os norte-coreanos as suportam.

Shin, hoje, vive entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas continua sem se encontrar. Como a maioria esmagadora dos refugiados da Coreia do Norte, tem dificuldade em confiar nas pessoas, em achar um rumo e em entender um mundo que lhe parece situado em outra galáxia.

É ainda atormentado por uma culpa e uma vergonha debilitantes, pelo que fez para sobreviver e, talvez, por ter sobrevivido. Mais de duas décadas depois de o bloco comunista ter ruído, como pode a tirania norte-coreana persistir?

À custa de uma repressão e um medo que nem nos gulags soviéticos encontrariam paralelo, é o que demonstra Harden.

(Resenha de Isabela Boscov publicada na edição impressa de VEJA) 











Política & Cia

Tema Livre

Política & Cia

Política & Cia

Tema Livre

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Enquete


Você acha que a aposentadoria de dois ministros do Supremo no curso do julgamento do mensalão, e sua troca por novos, influiu na amenização das penas de mensaleiros graúdos?

Sim
Não
Um pouco
Não sei




Política & Cia

Tema Livre

Política & Cia

Política & Cia

Tema Livre

Política & Cia

Tema Livre

Política & Cia

Tema Livre

Tema Livre

Vasto Mundo

Vasto Mundo

Tema Livre

Ricardo Setti no








Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia
◄ 
● 
● 
● 
● 
● 
+ Lidas
◄ 
● 
● 
● 
● 
● 
● 
● 

Tema Livre



Política & Cia


Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Política & Cia

Tema Livre

Disseram


“O futebol não faz parte de um outro mundo. O racismo do futebol está ligado ao da sociedade”Ruddy Lilian Thuram-Ulien, ex-zagueiro da seleção da França campeã do mundo em 1998, que atua na luta contra o preconceito racial, em O Globo


(Confira outras frases e comente)

Arquivo

MARÇO 2014STQQSSD« fev 1 2
3 4 5 6 7 8 9
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
31 


Mais comentados

Mais recentes

Tags



Serviços

Assinaturas



Nome: 
Nasc.: 
E-mail: 
CEP: 


Saber +
Serviços
Aponte erros


Editora AbrilCopyright © Editora Abril S.A. - Todos os direitos reservados




Nenhum comentário:

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Obedeça a Deus e você será odiado pelo mundo.








-O coletivismo é a negação da liberdade, porquanto a sede da liberdade é o indivíduo. Tanto é que a pena mais severa na história da humanidade é a privação da liberdade. A essência da liberdade é una e indivisível e daí a designação do sujeito como "indivíduo".

Aluízio Amorim

Filósofa russa Ayn Rand :



“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”



Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905